Brandão afasta comandante-geral da PM e oficiais envolvidos na máfia das placas de táxi
O governador Carlos Brandão (PSB) determinou o afastamento do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Fernando Moura Queiroz, e de outros membros da corporação mencionados em uma denúncia exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (15). A reportagem revelou um esquema de corrupção envolvendo a concessão de placas e alvarás de táxis usados para compra irregular de veículos com isenção fiscal.
Segundo o governador, a medida é necessária para garantir uma investigação rigorosa e imparcial, conduzida pelo Ministério Público Estadual (MP-MA). “Para que as apurações se concluam com a maior brevidade e total isenção, informo que o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Fernando, foi afastado de suas atividades, juntamente com todos os demais membros da PM envolvidos na investigação. O caso deve ser apurado com todo o rigor necessário. Assume o Comando-Geral da PM o coronel Pitágoras Mendes Nunes”, publicou Brandão em suas redes sociais.
Esquema milionário
A denúncia revelou que servidores públicos e empresários simulavam ser taxistas para obter descontos de até R$ 20 mil na compra de veículos novos. O esquema teria gerado um prejuízo de R$ 40 milhões aos cofres públicos desde 2020.
Entre os investigados, estão coronéis da Polícia Militar, servidores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e até membros do próprio Ministério Público. Um dos principais alvos da investigação, o coronel Paulo Fernando, possui dois veículos comprados como táxis no município de Bacabal, mesmo sem exercer a atividade.
Em 2021, o oficial adquiriu um carro com R$ 14 mil de desconto em impostos e, neste ano, admitiu possuir uma vaga de taxista, mas sem atuar na função. O Ministério Público afirma que os valores devidos ainda não foram pagos pelo coronel.
O caso ganhou repercussão após veículos de luxo, registrados como táxis com placas vermelhas, começarem a circular em São Luís. Para o promotor Giovanni Cavalcanti, do Grupo de Atuação Especial de Combate à Fraude Fiscal Estruturada (Gaesp), o esquema representa uma violação moral e fiscal: “Não há necessidade de servidores públicos, que já possuem bons salários, utilizarem benefícios fiscais indevidos.”
Próximos passos
Enquanto as investigações seguem em sigilo, o coronel Pitágoras Mendes Nunes assume o comando-geral da PM. A Secretaria de Segurança Pública afirmou que todas as denúncias serão apuradas e que os envolvidos responderão por seus atos.
A decisão de Brandão reforça seu compromisso com a transparência e o combate à corrupção, buscando restaurar a credibilidade das instituições e a confiança da população no estado.